Havia um homem que queria o mundo a girar à sua volta.
No princípio era fácil, e foi aprendendo a lidar com as pequenas contrariedades da vida.
Mas o seu mundo girava cada vez mais rápido e queria cada vez mais atenção, louvor, glória e honra.
Os obstáculos eram agora muitos, e já lhe faziam frente.
Lembrou-se então, que a melhor forma de vencer era a de colocar os obstáculos a lutarem entre si. Desse modo ficaria mais livre para conquistar o mundo inocente.
Mas os obstáculos não lutavam entre si porque se amavam e se compreendiam.
Então o homem lembrou-se, “vou dar a minha imagem aos meus obstáculos, assim lutarão entre si pensando que sou eu” e assim o fez.
O amor e a compreensão ficaram ofuscados com a imagem do homem, e dividiram-se.
O homem ficava cada vez mais cheio de si com tudo aquilo que atraía para a sua dança, e multiplicava a sua imagem em tudo o que podia.
Um dia, entrando em si, o amor faiscou, e um obstáculo viu a imagem do homem que se colocou no lugar da vida, e a imagem queimou-se. E o obstáculo voltou a ser pessoa, e procurou os que estavam amarrados pelo egoísmo de um.
O amor continua a faiscar, mas são poucos os que têm a coragem de olhar para si e projectar novamente a face do amor.
Victor Vaz da Silva
Dê um beijo. Um Abraço. Um passo em sua direcção.
Aproxime-se sem cerimónia.
Dê um pouco de calor, do seu sentimento.
Assente-se bem perto e deixe-se ficar.
Algum tempo ou muito tempo.
Não conte o tempo de se dar.
Aprenda a burlar a superficialidade.
Sonhe o sonho, sem duvidar.
Deixe o sorriso acontecer.
Liberte um imenso sorriso.
Rasgue o preconceito.
Olhe nos olhos.
Aponte um defeito, com jeito.
Respeite uma lágrima.
Ouça uma história ou muitas com atenção.
Escreva uma carta e mande.
Irradie simplicidade, simpatia, energia.
Não espere ser solicitado. Preste um favor.
Lembre-se de um caso.
Converse sério ou fiado. Conte uma piada. Ache graça.
Ajude a resolver um problema.
Pergunte: Por que? Como vai? Como tem passado? Que tem feito de bom?
Que há de novo? E preste atenção.
Sugira um passeio.
Um bom livro, uma boa música ou mesmo um programa de televisão.
Diga, de vez em quando, desculpe, muito obrigado.
Não tem importância, que se há de fazer, dá-se um jeito, tente de alguma
maneira.
E não se espante se a pessoa mais feliz for...Você!
Uma mãe e sua filha estavam a caminhar pela praia. A certo ponto, a menina disse:
-Como se faz para manter um amor?
A mãe olhou para a filha e respondeu:
-Pega um pouco de areia e fecha a mão com força...
A menina assim fez e reparou que, quanto mais forte apertava a areia com a mão, com mais velocidade a areia lhe escapava.
-Mamã a areia caiu!
– Eu sei, agora abre completamente a mão...
-Assim também não consigo mantê-la na minha mão.
A mãe sorrindo disse:
-Agora, pega outra vez um pouco de areia e mantém na mão semi-aberta como se fosse uma colher...Bastante fechada para protegê-la e bastante aberta para dar liberdade.
A menina experimentou e viu que a areia não lhe escapava da mão e estava protegida do vento.
-É assim que se faz durar um amor...
Conta-se que em uma ocasião, Cristóvão Colombo foi convidado para um banquete onde lhe haviam designado, como é natural, um lugar de honra.
Um dos convidados era um cortesão que estava muito enciumado com o grande descobridor.
E quando teve a oportunidade dirigiu-se a ele e lhe perguntou de uma forma um tanto impertinente:
Se você não tivesse descoberto a América, por acaso não existem outros homens na Espanha que poderiam fazê-lo?
Colombo preferiu não responder directamente àquele homem.
"Levantou-se, pegou num ovo de galinha fresco e convidou a todos os presentes que tentassem colocá-lo de forma que se mantivesse em pé sobre um dos seus extremos".
A ocorrência teve bastante aceitação. Quase todos os presentes entraram logo naquele jogo e tentaram um após o outro, uns com mais, outros com menos convicção, ante o olhar atento dos demais. Mas passava o tempo e ninguém conseguia descobrir a maneira de conseguir que aquele ovo danado mantivesse o equilíbrio.
Finalmente Colombo se pôs de pé, com ar solene, aproximou-se, pegou o ovo e o bateu levemente contra a superfície da mesa até que quebrou um pouco da casca de uma das pontas e graças a este pequeno achatamento o ovo se manteve perfeitamente na posição vertical.
Claro que desta maneira qualquer um pode faze-lo! – Replicou um pouco alterado, o cortesão.
Sim qualquer um. Mas "qualquer um" ao que se lhe tivesse ocorrido faze-lo. E acrescentou: - "Uma vez eu mostrei o caminho ao Novo Mundo", "qualquer um" poderá segui-lo. Mas "alguém" teve antes que ter a ideia. E "alguém" teve depois, que decidir-se a colocá-la em prática.
Esta velha e conhecida anedota tem ultrapassado os séculos e levado a formar a expressão de "O Ovo de Colombo", para referir-se a soluções aparentemente muito naturais, sim, mas... "Alguém teria que ter pensado nelas, e alguém depois teve que decidir-se a faze-las".
Muitas transformações importantes nas pessoas, nas empresas, nos clientes, no mundo do pensamento, ou na sociedade em geral, tem sua origem em descobrimentos naturais, simples, aos que "alguém" tem sabido tirar proveito. Alguém que soube tirar partido do óbvio, a estas verdades, às que todos teremos acesso.
E lembrem, apenas PESSOAS como vocês e nós, podem fazer estas coisas simples, naturais.
No alto do calvário se reúne a multidão. | |
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