Minhas posses materiais são poucas e eu deixo tudo para ti...
Uma coleira mastigada numa das extremidades, faltando dois botões, uma desajeitada cama de cachorro e uma vasilha de água que se encontra rachada na borda.
Deixo para ti a metade de uma bola de borracha, uma boneca rasgada que vais encontrar debaixo do frigorífico, um ratinho de borracha sem apito que está debaixo do fogão da cozinha e uma porção de ossos enterrados no canteiro de rosas e sob o soalho da minha casinha.
Além disso, eu deixo-te a memória, que aliás são muitas.
Deixo a memória de dois enormes e meigos olhos cor de mel, de um nariz molhado e de choradeiras atrás da porta.
Deixo uma mancha no tapete da sala de estar junto à janela, quando nas tardes de Inverno eu me apropriava daquele lugar, como se fosse meu, e me enrolava feita uma bolinha para pegar um pouco de sol.
Deixo um tapete esfarrapado em frente da tua cadeira preferida, o qual nunca foi consertado com o tipo de linha certo....isso é verdade.
Eu o mastiguei , quando ainda tinha cinco meses de idade, lembras-te?
Também deixo as memórias da primeira surra que levei quando comi o teu telemóvel e também todo o meu esquecimento...
Deixo um esconderijo que fiz no jardim debaixo dos arbustos perto da varanda da frente, onde eu costumava me esconder do sol nos dias de verão. Ele deve estar cheio de folhas agora e por isso talvez tenhas dificuldade em encontrá-lo.
Sinto muito!
Deixo também o barulho que eu fazia ao sair correndo sobre as folhas de Abril, quando pelo passeávamos pelo campo.
Deixo ainda, a lembrança dos momentos pelas manhãs, quando saíamos junto pela margem das lagoas e me davas aqueles biscoitos que eu gostava tanto.
Recordo-me das tuas risadas, porque eu não consegui alcançar aquele coelho impertinente.
Deixo-te como herança a minha lealdade, a minha simpatia, o meu apoio quando as coisas não andavam bem, os meus latidos quando tu levantavas a voz aborrecido... e minha frustração por teres ralhado comigo todas as vezes que eu colocava o nariz debaixo da cauda.
Eu nunca fui à igreja, nunca escutei um sermão, e sem ter dito sequer uma palavra na minha vida, deixo-te lições de paciência, de tolerância, de amor e compreensão.
A tua vida tem sido mais rica porque eu vivi.
Frank Reinshstein
Viver bem, às vezes, é só uma questão de recomeçar, reaprender, reciclar.
Para que tudo tenha um novo impulso e ganhe uma nova luz.
Reciclar para imprimir novas palavras, novas experiências, novos sentimentos.
Avaliando erros para gerar acertos, mudando trajectos para entender os caminhos, olhando a vida, todo dia, com o coração novinho em folha.
Pensando bem, é esse o nosso papel, o que nos dá sentido.
Pois se fazendo como sempre foi feito a gente acaba chegando ao mesmo lugar, melhor então é rever, com clareza, o que verdadeiramente queremos, buscar sabedoria no que já fizemos e aí, então, realizar de outra maneira, fazer diferente, reinventar.
Crer para ver que há um poder impaciente por se revelar a quem não desiste, recria, vai em frente, buscando sempre, dentro de si, o melhor.
"Se um de nós é sol, o outro é o calor
Se um de nós é tinta, o outro se faz cor
Se um de nós é paz, o outro é a harmonia
Se um se faz sorriso, o outro é a alegria*
Se um traz o abraço, o outro é um carinho*
Se eu sou farol na noite, você é quem
mostra o caminho*
Amigos de facto são dons partilhados,
é o bem dividido, que é multiplicado"
Joga fora as tuas "batatas", e terás um novo olhar para a vida.
Segue um camio que te traga de volta a calma e a paz!
Só depende de ti..
Um professor pediu para que os alunos levassem batatas e uma bolsa de plástico para a aula.
Ele pediu para que separassem uma batata para cada pessoa de quem sentiam mágoas, escrevessem os seus nomes nas batatas e as colocassem dentro da bolsa.
Algumas das bolsas ficaram muito pesadas. A tarefa consistia em, durante uma semana, levar a todos os lados a bolsa com batatas. Naturalmente a condição das batatas foi se deteriorando com o tempo. O incómodo de carregar a bolsa, a cada momento, mostrava-lhes o tamanho do peso espiritual diário que a mágoa ocasiona, bem como o facto de que, ao colocar a atenção na bolsa, para não esquecê-la em nenhum lugar, os alunos deixavam de prestar atenção em outras coisas que eram importantes para eles.
Esta é uma grande metáfora do preço que se paga, todos os dias, para manter a dor, a bronca e a negatividade. Quando damos importância aos problemas não resolvidos ou às promessas não cumpridas, os nossos pensamentos enchem-se de mágoa, aumentando o stress e roubando a nossa alegria.
Perdoar e deixar estes sentimentos irem embora é a única forma de trazer de volta a paz e a calma.